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Novo Bourne, mesma fórmula – Volta de Damon e Greengrass empolga, mas não marca como antes

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          “O Legado Bourne” que não trouxe Matt Damon no papel de protagonista e Paul Greengrass como diretor – este havia dirigidos os dois últimos exemplares da franquia: “A Supremacia Bourne” e “O Ultimato Bourne”, fora muito criticado. De fato, era um filme de qualidade inferior se comparado a qualquer outro da franquia. Com a volta de Damon e Greengrass para “Jason Bourne” (Idem, EUA, 2016), já disponível em Blu-ray e DVD, as expectativas retornaram com tudo. Todavia, o longa não consegue supri-las.

            Depois dos acontecimentos nos longas anteriores, Jason Bourne (Damon) passou a viver de maneira mais brutal, participando de campeonatos de luta com o objetivo de ganhar dinheiro. Em uma dessas lutas, ele reencontra Nicky Parsons (Julia Stiles) que retornou para mostrar a ele como ainda falta muita coisa para aquele descobrir sobre seu envolvimento com o projeto da CIA, inclusive, sobre novos programas que a empresa está desenvolvendo. Com receio de ter os dados vazados para a mídia, a CIA retorna sua caçada a Bourne tento à frente a determinada agente Heather Lee (Alicia Vikander) e Robert Dewey (Tommy Lee Jones), ex-chefe de Bourne.

Damon e Stiles, ótima química desde o primeiro filme.

Recheado de cenas de ação, como deve ser, o espectador não encontra muito tempo para respirar durante a projeção. Como já era de se esperar, Greengrass trouxe um filme frenético, sem muitas pausas para seus personagens e trazendo uma tensão crescente. São elementos que o diretor sabe manejar muito bem. Porém, ao contrário de seu trabalho, em “A Supremacia Bourne” e, em “O Ultimato Bourne”, tudo em tela soa como comum. O diretor sempre nos surpreendia com sequências criativas e inovadoras mas, aqui, ele faz o que já fez. A falta de pausa durante a projeção também acaba deixando o espectador cansado, o que não aconteceu nos já citados filmes.

A vencedora do Oscar Alicia Vikander, excelente oposição a Jason Bourne.

O elenco, por outro lado, está ótimo. Damon é o Jason Bourne perfeito. Agora, trazendo um personagem mais maduro com já fios de cabelos grisalhos, o ator encarna um assassino chegando ao limite físico e mental de uma pessoa e sua maturidade aparece em tela de maneira sutil, como a tomada de decisão e sua forma de luta. Tommy Lee Jones faz bem seu papel de durão – e desesperado, deixando claro o motivo de suas atitudes. Alicia Vikander, ganhadora do Oscar por “A Garota Dinamarquesa”, faz um ótimo trabalho e ao mostrar a falta de experiência de sua personagem, cria uma relação de contradição para com o protagonista. Vincent Cassel também aparece no elenco, mas sua participação não é marcante na franquia.

Vincent Cassel também aparece no elenco, mas sua participação não é marcante na franquia.

Tecnicamente, a franquia se mantem em alto padrão. Ótimo som, boa fotografia e edição e uma trilha sonora que, também, já começa a soar repetida. Não esqueçamos também da ótima apresentação das coreografias de luta que toda a série o faz muito bem!

            Com o retorno de Damon e Greengrass para “Jason Bourne”, todos esperavam que o quinto filme da franquia fosse resgatar todas as qualidades dos exemplares dois e três. O que vemos em tela, porém, é uma repetição da fórmula do próprio Paul Greengrass e isso acaba desapontando os mais atentos. O filme se mantém em alta qualidade, porém, não consegue trazer os elementos que fizeram da trilogia original marcante no gênero de ação. No entanto, vale a conferida!

Nota: 8.0/10.0

Clique AQUI e confira a análise dos quatro primeiros filmes da franquia.