Início Outros A ONDA COREANA: O poder do fenômeno Hallyu.

A ONDA COREANA: O poder do fenômeno Hallyu.

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Desde a década de 80, o Japão era a nação com maior reconhecimento internacional, capaz de influenciar outras culturas regionais como Coréia e China, bem como exportar seus produtos culturais para o resto do mundo com a jóia da coroa sendo os tradicionais Animes.

Contudo, após um período de extremo crescimento econômico das nações chinesas e sul coreanas, a esfera de influência cultural vem mudando rapidamente, e quem ganha maior destaque é a Coréia do Sul, através da já conhecida Hallyu (onda cultural coreana).

A Coréia do Sul lidera hoje uma onda de revoluções econômicas e culturais na Ásia, após o fim da Ditadura no país no início dos anos 90, o governo sul coreano decidiu investir na qualificação e exportação de sua cultura para demarcar e criar uma esfera de influência, necessária a consolidação do país que se vê cercado pelas maiores super potências asiáticas, Japão e China. Assim, o governo, de maneira planejada, liberou empréstimos, isentou de impostos e incentivou a criação de empresas e corporações nacionais, que desenvolvessem produtos culturais coreanos, a fim de impedir que a Coréia fosse dominada pela cultura japonesa e chinesa, nasciam assim às maiores empresas de mídia da atualidade da Coréia do Sul.

Seja em seus “nascimentos” ou em suas expansões, as “Big Three” (nome dado a reunião das gravadoras SM Entertainment, YG Entertainment e JYP Entertainment) se utilizaram de incentivos governamentais para dar um upgrade em seus negócios.

Contudo, mesmo com grande êxito na Ásia nos anos 2000 com os chamados “grupos pai” do Kpop, a Hallyu começou a invadir o Ocidente no final da década, mais especificamente em 2009 com a chamada “segunda onda de idols” tida até hoje como a época mais movimentada da Hallyu musical no país. Foi nessa época que grupos como 2PM, 2AM, Big Bang, B2ast, 4Minute, 2NE1, MBLAQ, UKISS entre outros surgiram. Foi nessa época também, que artistas já veteranos como Super Junior, enfim tiveram seu grande momento, lançando seus grandes hits como Bonamana, Sorry Sorry e outros.

Hoje em dia, a cultura coreana em geral conquistou papel de destaque na “internacionalização” do país. Segundo a BBC, em 2009, o mercado musical coreano movimentou sozinho 39 milhões de dólares, junte-se a isso Filmes, Séries, Novelas, Livros, Comida, Tecnologia e Moda sul coreana, e você tem a base da exportação cultural sul coreana, que já rende ao país anualmente bilhões, já tendo peso considerável no PIB do país.

O Brasil foi um dos primeiros países ocidentais a aderir a Hallyu, através da internet, os brasileiros já são considerados uma das principais fan bases por diversos grupos e gravadoras coreanas, e já começa a receber shows de diversos grupos. Já passaram por aqui artistas como MBLAQ, Xia Junsu, G.Na, 4Minute, B2ast, Super Junior, Cross Gene, festivais como Music Bank.

Restritos ao eixo Rio-São Paulo, com exceções para Curitiba, o Kpop começou no Brasil através da internet e dos grandes centros, o que identifica o ritmo no país aos fãs de cidades de grande e médio porte, na maioria das vezes classe média, e que aos poucos vem consumindo os produtos coreanos.

O tema é extenso e engloba desde a cultura da coréia do sul, até política internacional e economia. Porém em reportagem recente, a BBC de Londres fez uma comparação pertinente entre a Hallyu coreana e a reforma cultural realizadas por Reino Unido e Alemanha no século passado, onde a imagem de toda uma nação foi planejada, produzida e comercializada pelos governos a fim de se atingir um “Rebrand” de seus respectivos países. Foi assim que a Alemanha mudou sua imagem de nação bélica para motor econômico e nação sustentável européia, o Reino Unido substituiu a antiga imagem de povo “frio” para a atual “Cool Britannia”, e é assim que a Coréia do Sul vem se transformando do país dividido pela Guerra em nação criativa e exportadora cultural.

Fontes: BBC Brasil, BBC UK, Korean Pop Culture Conference

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