Dia 28 de julho está se aproximando e com ele a estreia do novo filme da franquia de Jason Bourne. Bourne. Eis um nome que ficou muito conhecido pela cultura pop nesses últimos anos. Foi o primeiro filme desse agente secreto, lançado em 2002, que começou a revolução dos filmes de ação e ganhou o seu contorno mais sombrio a partir do segundo filme.
Então, pensando na qualidade desses filmes e do lançamento próximo do novo, decidi fazer esse review da Quadrilogia Bourne lançado até então para ajudar a quem não assistiu aos filmes e para quem já viu, rever será uma boa pedida.
Tudo começou com “A Identidade Bourne” (The Bourne Identity, EUA, Alemanha, República Tcheca, 2002). Dirigido por Doug Liman e trazendo Matt Damon na pele do espião. O longa surpreendeu pela sua ação realista e o bom equilíbrio com o romance entre Bourne e Marie (Franka Potente) que nasceu de uma maneira bem natural em tela. O carisma de Matt Damon também ajuda de imediato à plateia se identificar com aquele rapaz desmemoriado que, ao tentar descobrir sua identidade, percebe ser alvo de perseguição do FBI e, mais que isso, descobre ser capaz de se defender.
O primeiro filme foi muito bom, contudo, com a entrada de Paul Greengrass na direção, a franquia ganhou um salto de qualidade. Em “A Supremacia Bourne” (The Bourne Supremacy, EUA, 2004) as coisas pioram para Bourne que se vê, outra vez, envolvido em um esquema para culpá-lo pelo assassinato de agentes do governo. Audacioso, o segundo filme do espião mais perigoso do cinema – isso, até mais que James Bond, revolucionou de uma vez os filmes de ação. Agora, podemos claramente separar os longas do gênero como antes e pós Bourne.
Trazendo uma ação rápida com cortes precisos, violência nua e crua e uma direção frenética, Greengrass conseguiu realizar um filme melhor que o original, fazendo o espectador ser refém de uma tela o qual mal pode desgrudar os olhos. Matt Damon mostrou ter sido a escolha perfeita para viver o espião que a cada passo se aproxima da verdade sobre a sua participação do projeto Treadstone.
Depois de um primeiro filme muito bom e um segundo melhor ainda fiquei estupefato com o fato do terceiro filme intitulado de “O Ultimato Bourne” (The Bourne Utimatum, EUA, Alemanha, 2007) ser ainda melhor que qualquer outro exemplar da franquia. Trazendo uma ação instigante e incessante encontramos o clímax da ação. Sempre trazendo sua tremida na câmera característica, Paul Greengrass nos entregou um dos melhores filmes naquele ano.
Tecnicamente impecável, o longa apresenta um som extremamente bem trabalhado (ganhou dois Oscar, inclusive nessa categoria), uma trilha sonora impactante e uma fotografia realista e com enquadramento bem trabalhado.
Com o sucesso da trilogia inicial, a Universal evidentemente não ia deixar a franquia em potencial esquecida e resolveu lançar um quarto filme. Com a saída de Damon e Greengrass por motivos diversos, foi escolhido que a história se desenvolvesse no mesmo universo, porém, com outro personagem.
Assim, a saída dos dois pilares da franquia se fez sentir em “O Legado Bourne” (The Bourne Legacy, EUA, 2012) que traz agora como protagonista Aaron Cross (Jeremy Renner) que faz parte de um projeto similar ao de Bourne em que é mostrada a grande cadeia de assassinos desenvolvidos pelo governo.
Ao contrário de Matt Damon, Jeremy Renner não tem carisma nenhum em tela e demora para que o público passe, pelo menos, a torcer por ele no filme. Trazendo ainda a ótima Rachel Weisz como a Dra. Marta Shearing, a relação dos dois parece um tanto forçada – o contrário entre Damon e Potente no primeiro filme.
Nas mãos de Tony Gilroy que havia participado da roteirização de todos os filmes de Bourne, o quarto exemplar da franquia mostrou-se cansativo e demora muito para ganhar ritmo. Porém, quando isso acontece, somos bombardeados com boas cenas de ação. Trazendo os ensinamentos de Greengrass, Gilroy mostrou ter dom para dirigir cenas de perseguição tensas e movimentadas, sempre usando uma edição dedicada.
A Quadrilogia Bourne é indispensável para os amantes do cinema, principalmente os de ação. Além de trazerem uma trama interessante, são filmes divisores de águas com qualidades técnicas inquestionáveis e personagens cativantes. Agora, no quinto filme que estreia no Brasil dia próximo dia 28, as expectativas são altas uma vez que teremos de volta Greengrass e Damon!
Notas:
A Identidade Bourne: 8.0/10
A Supremacia Bourne: 9.0/10
O Ultimato Bourne: 10/10
O Legado Bourne: 6.5/10
Imagens: Divulgação
Edição: Eduardo Janibelli