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Rasetsu: Vocalista comenta sobre a despedida da banda

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Conhecida por ser uma das bandas de JRock mais populares do Nordeste, a banda Rasetsu, de Mossoró-RN, caiu no gosto dos otakus/nerds, pelos os seus ‘covers’, principalmente no Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará e também Pernambuco.

Liderado pelo vocalista Tyson Rangel, ele nos concedeu uma entrevista comentando sobre o provável fim da banda, que deixou muitos fãs tristes com a declaração que foi publicada pelo o próprio em suas redes sociais, no início de agosto, e revelou quais são os seus novos projetos distante do mundo da música.

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JR MISAKI: Quando surgiu o grupo e porque do nome Rasetsu?

TYSON RANGEL: Foi criado em 2009, chamando-se Kurenai. Em 2010, reuni músicos melhores e modifiquei o nome, passando a se denominar Rasetsu (título de uma canção do Onmyouza). A mudança coincidiu com nossa primeira apresentação no SANA, em Fortaleza, que é o maior evento de animes do Nordeste e segundo maior do Brasil. Atualmente, reúne um público de 70 mil pessoas (informando os leigos, rs).

JR MISAKI: Qual foi a sua decisão para poder chegar à conclusão de encerrar as atividades na banda?

TYSON RANGEL: A ideia é que o projeto nunca termine. Há pausas, como a que ocorreu em 2012, mas sempre voltamos. Sempre tive o desejo de ser um grande empresário, mas percebi que é um mercado incerto. Hoje você está bem, mas amanhã pode falir. Vejo na área médica o alicerce para a realização de todos os meus sonhos, pessoais e profissionais, pois traz ótima renda, status e estabilidade financeira, além do fato de não haver patrões, o que pesa assaz. Concomitante à decisão por fazer um grande curso, está o fato de que sempre tive o sonho de viver em um país de língua espanhola. Estou ansioso pela nova etapa de minha vida. Espero estudar muito e conhecer belas gringas (rs). Quero que o espanhol seja o meu primeiro idioma, não fazendo distinção entre este e o português.

JR MISAKI: Nos últimos dois anos, a banda cresceu muito, chegando a tocar em grandes eventos em outros estados. Qual é o sentimento do grupo perante os fãs, de abandonar um trabalho em seu auge?

TYSON RANGEL: Como já mencionado, será apenas uma longa pausa. Estamos abertos a shows sempre quando eu vier (julho/janeiro). Sei que os fãs entenderão que a questão profissional deve estar à frente do lazer, pois é o que a Rasetsu sempre foi. Já tentei profissionalizar a banda, o que esbarrou na avareza dos eventos. Nosso auge foi no ano passado, em que fizemos mais de 20 shows. Pensei que fôssemos superar os 30 este ano, todavia, estamos tocando muito pouco. Tudo isso porque eu aumentei um pouco o valor do cachê, o que os festivais se recusam a pagar. Aparecem muitas propostas; contudo, não querem pagar algo mínimo, muito menos colocar uma estrutura condizente com nossos 07 anos de estrada.

JR MISAKI: Há possibilidades de continuar a banda sem você, ou seja, com uma nova formação?

TYSON RANGEL: Talvez com os membros da última formação, mas ela foi alterada. Houve divergência de opiniões. Sempre deixei claro que a Rasetsu era um projeto meu e que o crescimento do conjunto (o nome em si, a instituição Rasetsu) deveria estar acima de interesses individuais, ou seja, de quem estivesse tocando nele. É por isso que, costumeiramente, tivemos rodízios de músicos. Não sou um ditador, porém faço as coisas do meu jeito. Gosto de resolver os problemas (não, criá-los), mesmo que não seja de uma forma confortável.

JR MISAKI: A última tour da Rasetsu ocorrerá de quanto até quando?

TYSON RANGEL: Não sei. Depende dos eventos. Como já mencionado, não faltam propostas, mas tenho que pagar aos músicos. Ainda mais agora, porque estou com freelancers. O que garanto é que a qualidade é a mesma.

JR MISAKI: Dizem que o artista nunca deixa seu talento. Você quer seguir por uma área bem diferente profissionalmente da música. Você se imagina sem cantar/tocar?

TYSON RANGEL: Não me imagino sem tocar, nem sem a minha banda de J-Rock. Vou ver se aparece algo bacana na Bolívia, quem sabe até em uma banda? Não sei como é a cena oriental lá. Estou sempre aberto a shows, trabalhos como modelo, desde que sejam por diversão.

JR MISAKI: Algo te faria voltar atrás de desistir do sonho de morar e estudar fora do país para continuar na banda?

TYSON RANGEL: Não. Somente se meus pais desistirem de bancar meus estudos. (Risos)

JR MISAKI: Qual mensagem você daria para os fãs da Rasestu?

TYSON RANGEL: Aquela famosa expressão popular: “estamos juntos”. Mas é de coração, e não como muitos a usam por aí. Quero aproveitar uma provável formação como médico para dar a injeção que falta à banda. É necessário se bancar em shows pelo Sudeste e até pelo mundo! A divulgação vem antes do cachê. Achei que já pudéssemos receber um bom valor em shows pelo Nordeste, já que somos uma das bandas mais conhecidas do estilo por aqui (talvez, a mais). Esbarrei nos argumentos dos organizadores, os quais começaram a fazer comparações com artistas famosos que cobram pouco, como Detonator (ex-Massacration) e Edu Falaschi (ex-Angra). Particularmente, acho que, pelo ótimo trabalho que exercem, deveriam cobrar quantias mais altas. Tal política tira a margem de crescimento de grupos médios (quiçá seja até a estratégia). Vamos nessa, galera! Vamos aproveitar este último ano de Rasetsu para reviver grandes momentos e fazer shows incrivelmente agitados e nostálgicos. Deixo aquele “DRIJ!” a todos.

Imagens: Jr Misaki / II Tenshi-Con

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